Máscara da Ilusão

Um recorte pessoal do universo do audiovisual
[1] Os drusos são uma comunidade sem pátria (vivem principalmente no Líbano, Israel, Síria e Jordânia), não são considerados muçulmanos nem cristãos (embora sua religião seja influenciada por ambas) e, devido às perseguições religiosas que já sofreram, costumam dissimular sua própria origem (assumindo a religião dos locais onde vivem e mantendo suas próprias convicções em segredo).
Fui convidado a fazer parte da redação dessa nova revista e aceitei o desafio com enorme prazer. A partir de hoje, portanto, além de meus textos regulares aqui no Enquadramento e no Cinequanon, vocês poderão encontrar outros textos inéditos na Cinética.CINÉTICA ambiciona ser um espaço de troca de pensamentos – não sem dúvidas, porque a escrita, essa atividade a qual nos dedicamos, é uma dança com a dúvida. CINÉTICA é nutrida pelo desejo por essa dança, um desejo às vezes até aparentado da certeza, tamanha a convicção nele mesmo, nos estímulos, em nossa atividade e na discussão como ferramenta de crescimento – mas sabendo que, sem a dúvida, a crítica é sepultada no jazigo dos dogmas, onde não se aceita o movimento livre das idéias.CINÉTICA é um site empenhado em manter um diálogo direto e franco com o audiovisual e seus realizadores. Nossas intervenções abrangerão desde ensaios sobre dilemas estruturais a comentários urgentes sobre filmes, programas de TV, videogames e projetos para internet.A criação de poros, de um espaço de troca constante entre o esforço crítico e o esforço de realização de imagens, nos parece crucial para a maturidade e a vivacidade do cinema, em especial no universo brasileiro, demarcado por disputas políticas e econômicas que levam as discussões a acontecer fora das obras audiovisuais e não por dentro delas.Por isso mesmo, não é acaso a situação de críticos-realizadores (ou realizadores-críticos) dos três editores, que vivem na pele o constante e saudável embate dos dilemas dos criadores com os da reflexão sobre as obras criadas. Esperamos que este teor altamente metalinguístico de nossa relação entre criação e reflexão transpire nas páginas virtuais desta revista. Da mesma forma, vários dos componentes de nossa redação já passaram ou ainda passam pela realização audiovisual, nas mais diversas formas.
Vale a pena uma visita demorada ao site, que além de críticas para praticamente todos os filmes nacionais que estrearam este ano, conta com alguns ensaios muito interessantes, como o de Kleber Mendonça Filho sobre as visões do Sertão pelo cinema brasileiro contemporâneo, o de Cléber Eduardo sobre como o Brasil atual é visto pela ótica de cineastas veteranos e o de Felipe Bragança sobre o retrato da periferia desenhado por programas como Central da Periferia e Falcão – Meninos do Tráfico.