tag:blogger.com,1999:blog-142910892024-03-07T20:27:45.373-03:00EnquadramentoUm recorte pessoal do universo do audiovisualLeonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.comBlogger131125tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-88606309062279014152009-07-16T16:53:00.014-03:002009-07-16T17:31:05.544-03:00Mostra Baseado em Caso Real<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg23eLghG_Hzfj-fNXNuQATe4O8FUV1DBKA3ZNHZgjqnYSl_OCNmM1NHwTOQbtNeBdL_JPp2yanrkNUXU6kay-9tUbLR85XigRZW7FgHwVqobCCjc5CfP9g_oqjFaoc6v9UIeMV/s1600-h/Cartaz+Baseado+em+Caso+Real.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 234px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg23eLghG_Hzfj-fNXNuQATe4O8FUV1DBKA3ZNHZgjqnYSl_OCNmM1NHwTOQbtNeBdL_JPp2yanrkNUXU6kay-9tUbLR85XigRZW7FgHwVqobCCjc5CfP9g_oqjFaoc6v9UIeMV/s320/Cartaz+Baseado+em+Caso+Real.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5359149266635443186" border="0" /></a><span style="font-family:Verdana;">De 21 de julho a 02 de agosto, o CCBB de Brasília será sede de mais uma mostra organizada pela <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Revista Cinética</a>, com produção minha e do amigo Rafael Sampaio e curadoria de Cléber Eduardo. A mostra exibirá 17 longas brasileiros realizados a partir da década de 60 e terá debates com críticos, teóricos e realizadores.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-weight: bold;font-family:Verdana;" >A mostra</span><br /></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Desde os primórdios, o cinema brasileiro buscou na realidade o tema para suas criações. Ao longo da história, diversas produções da cinematografia nacional fizeram citação explícita a épocas, contextos, personagens. Para analisar essa vertente do cinema brasileiro, a mostra <b>Baseado em Caso Real</b> apresentará uma programação de filmes assumidamente baseados em casos reais, produzidos entre os anos 1960 e 2000.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><b>Baseado em Caso Real</b> privilegia trabalhos com pouca circulação nos últimos anos e obras cuja repercussão foi provocada pelo caráter de re(a)presentação de um fato ocorrido. A mostra propõe um panorama que possibilita relacionar os filmes a seus momentos de realização. Por meio deles, é possível lidar com acontecimentos definidores de uma sociedade e com os modos cinematográficos de representá-los.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Estão na programação títulos como <i>O Bandido da Luz Vermelha</i>, clássico do cinema marginal assinado por Rogério Sganzerla, e <i>Assalto ao Trem Pagador</i>, de Roberto Farias, além de filmes de rara circulação, como <i>Mineirinho Vivo ou Morto</i>, de Aurélio Teixeira, e <i>Cidade Ameaçada</i>, de Roberto Farias. Uma coleção que mais do que narrar fatos, lança luz sobre a sociedade brasileira dos últimos 50 anos, por meio do discurso cinematográfico e suas diversas técnicas. Para refletir melhor sobre estas e outras questões, a mostra inclui, além das projeções, dois debates reunindo realizadores e intelectuais. No primeiro, intitulado <b>Percurso Histórico dos Casos Reais</b>, Hernani Heffner (pesquisador e chefe de conservação da cinemateca do MAM-RJ) e o diretor Roberto Farias são os convidados, com mediação do curador Cléber Eduardo. No segundo, em que será discutida <b>A Questão da Re(a)presentação: Os Fatos e suas Encenações</b>, o crítico José Carlos Avellar e o diretor Miguel Borges são os debatedores e a mediação fica por conta da também cinética Lila Foster.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">A seleção de filmes prevista inclui nomes importantes do cinema brasileiro. Na direção, estão, além dos já citados, Luiz Sérgio Person, Bruno Barreto, Roberto Pires, José Padilha, Clery Cunha, Eduardo Escorel, Andrea Tonacci, Zelito Vianna, Walter Rogério, Silvio Da-Rin, Miguel Borges, Helvécio Ratton e Antônio Calmon. Nos elencos, protagonistas como Reginaldo Faria, Grande Otelo, Nuno Leal Maia, Hugo Carvana, Renata Sorrah, Paulo Viallaça, Helena Ignez, Caio Blat, Daniel de Oliveira, Maitê Proença, Fernanda Torres, Antônio Fagundes, Raul Cortez, Anselmo Duarte, Reginaldo Faria, Eva Wilma, Jardel Filho, Beth Goulart, Leila Diniz, Pedro Cardoso, entre outros.</span></div><div style="font-weight: bold;" align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Panorama dos Casos Reais</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Os casos criminais, sejam de crimes passionais ou de conotação social (assaltos, sequestros), são mais freqüentes. Estão presentes em filmes como <i>Assalto ao Trem Pagador</i> (de Roberto Farias), <i>Eu Matei Lúcio Flavio</i> (de Antonio Calmon), <i>Ato de Violência</i> (de Eduardo Escorel), <i>Mineirinho Vivo ou Morto</i> (de Aurélio Teixeira) e <i>O Caso Cláudia</i> (de Miguel Borges), que mostram transgressões à lei, quase sempre com prejuízo para todos os lados, vítimas e criminosos, que em geral terminam presos ou mortos, levando a frente a máxima de que o crime não compensa também no cinema.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Há ainda os filmes com crimes vinculados à política, como são os exemplos de <i>O Caso dos Irmãos Naves</i> (de Luiz Sérgio Person), <i>O Que é Isso Companheiro?</i> (de Bruno Barreto) e <i>Batismo de Sangue</i> (de Helvécio Ratton), que tratam de situações de tortura e de iniciativas de luta armada contra a ditadura, com a clara intenção de colocar contra a parede as ações de governos totalitários e autoridades sádicas em suas atitudes. O mundo trabalhista é mostrado a partir de um caso real de demissão, por conta de um beijo em uma fabrica, em <i>Beijo 2348-72</i> (de Walter Rogerio), que integra a ala cômica dos casos reais, explorando tanto o insólito das regras quanto o inusitado da desobediência a elas.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Embora se associe a noção de "baseado em caso real" com a ficção, como se o documentário já fosse em si real, a mostra prevê a exibição de dois filmes documentais, justamente porque, nesse tipo de registro no Brasil, são raros os exemplos de enfoques sobre casos ocorridos, de modo a se procurar reconstituí-lo verbal e visualmente. Nos documentários, há uma preferência por se tratar de personagens célebres ou grandes temas, quando se trata de algo do passado, sem tanta preocupação com situações mais específicas, como as tratadas em <i>Hércules 56</i> (de Silvio Da-Rin) e <i>Ônibus 174</i> (de José Padilha).</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><strong><br />SERVIÇO</strong><br />Baseado em Caso Real </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">De 21 de julho a 02 de agosto de 2009<br />Centro Cultural Banco do Brasil - Brasília<br /></span><span style="font-family:Verdana;">SCES, Trecho 2, cj. 22</span><span style="font-family:Verdana;"><br />(exibições em película, exceto onde indicado)</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">A programação completa pode ser acessada <a href="http://www.revistacinetica.com.br/programabaseado.htm" target="blank">aqui</a>.</span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-10481330142293359632008-11-07T09:24:00.004-02:002008-11-07T09:35:39.343-02:00Mostra de São Paulo 2008<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHQzUJ3a-olOmQsbBM2u9Ra23i3iA86eA5bRt9J99nobGC5Jg3oxTo_qyY1LkzP_Ixfi_3eAUAmu58w1eQZt25JinVmSlw2R_u_ino8ICJMMBihPVM19AoiDjMGFrEB6fEOGC6/s1600-h/Mostra.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5265875434547639826" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 253px; CURSOR: hand; HEIGHT: 149px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHQzUJ3a-olOmQsbBM2u9Ra23i3iA86eA5bRt9J99nobGC5Jg3oxTo_qyY1LkzP_Ixfi_3eAUAmu58w1eQZt25JinVmSlw2R_u_ino8ICJMMBihPVM19AoiDjMGFrEB6fEOGC6/s320/Mostra.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;">Entre a finalização do documentário <em>À Margem do Lixo</em> (selecionado para o Festival de Brasília), a curadoria da Mostra CineBH e a pré-produção do curta <em>Rosa e Benjamim</em>, mais um ano em que lamentavelmente não consegui acompanhar a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Como registro, ficam apenas as cotações dos poucos filmes que vi</span><span style="font-family:verdana;">:</span> </div><ul><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>A Fronteira da Alvorada</em>, de Philippe Garrel - 3</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Abaixando a Máquina</em>, de Guillermo Planel e Renato de Paula - 2</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Amigos de Risco</em>, de Daniel Bandeira - 2</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Cinzas do Passado Redux</em>, de Wong Kar Wai - 2</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Fronteira</em>, de Rafael Conde - 2</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Rebobine, Por Favor</em>, de Michel Gondry - 3</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Simples Mortais</em>, de Mauro Giuntini - 2</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Um Conto de Natal</em>, de Arnaud Desplechin - 3</span></div></li></ul>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-34304989783247528622008-08-29T09:16:00.004-03:002008-08-29T09:22:16.510-03:00Shortbus<div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">Shortbus, de John Cameron Mitchell, EUA, 2006 - DVD</span></em><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIUQpXfeDamryLtJL5PWfGJNSAN-mzd5XR6SFmkOuKY0gcrFZNFZJj6QpqFV8EfvHnjrOnZKuTtDBxAXlneF9njaUIyojoDyJUp0uy3455g-5iecZJnYxFaHqeZS020AdyVkQh/s1600-h/shortbus.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5239912785942333282" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIUQpXfeDamryLtJL5PWfGJNSAN-mzd5XR6SFmkOuKY0gcrFZNFZJj6QpqFV8EfvHnjrOnZKuTtDBxAXlneF9njaUIyojoDyJUp0uy3455g-5iecZJnYxFaHqeZS020AdyVkQh/s320/shortbus.jpg" border="0" /></a>Nos últimos anos temos visto uma boa quantidade de filmes não-pornográficos apropriarem-se do sexo explícito em suas narrativas. Filmes como <em>Romance</em>, <em>Intimidade</em>, <em>Lúcia e o Sexo</em>, <em>Ken Park</em>, <em>Brown Bunny</em>, <em>9 Canções</em>, <em>29 Palms</em> e <em>Anjos Exterminadores</em>, entre outros. A esse já extenso grupo, soma-se agora <em>Shortbus</em>, de John Cameron Mitchell, diretor de <em>Hedwig: Rock, Amor e Traição</em>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É sobre como o diretor retrata o sexo e a cidade de Nova York pós-11 de Setembro que trato no texto recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Leia a crítica do filme em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/shortbus.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/shortbus.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-85183891324825312872008-08-25T16:07:00.006-03:002008-08-26T20:14:36.641-03:00Mostra Vivendo e Morrendo em SP<div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6xQDCobo8VguPk1QTLZG4BNtkvlpoACp-jieCgAz2qTOYLdAODUiSI9SRk7QgN6aHf4pIS8ahFLrZBflOr_sOy5lQCrkm5sFojUSFmncUcJB3tjcoXNq2KxDgatabOMlIWvos/s1600-h/O+Bandido+da+Luz+Vermelha.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5238534988999348562" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" height="196" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6xQDCobo8VguPk1QTLZG4BNtkvlpoACp-jieCgAz2qTOYLdAODUiSI9SRk7QgN6aHf4pIS8ahFLrZBflOr_sOy5lQCrkm5sFojUSFmncUcJB3tjcoXNq2KxDgatabOMlIWvos/s320/O+Bandido+da+Luz+Vermelha.jpg" width="299" border="0" /></a>De 02 a 07 de setembro acontece no Centro Cultural São Paulo a mostra <em>Vivendo e Morrendo em São Paulo</em>, com produção e curadoria minha e de Cléber Eduardo. A mostra exibirá 18 produções em torno da relação conflituosa entre seus personagens e a cidade de São Paulo e terá debate com teóricos e realizadores.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">A mostra parte de um olhar específico. O que mobiliza, em ficções e documentários, os dramas paulistanos? Quais as principais razões de sofrimento ou de conflito dos personagens na cidade? E em quais medidas a experiência específica na metrópole motiva essas feridas emocionais?</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Essas questões serão colocadas por meio da exibição de 18 longas-metragens e da realização de um debate, que acontecerá no dia 04/09, às 14h, com a presença dos cineastas Ricardo Elias e Guilherme de Almeida Prado, do professor e pesquisador Rubens Machado Jr (da ECA-USP) e mediação de Cléber Eduardo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">A seleção não foi pautada pelo cânone, mas por um recorte no enfoque, levando-se em conta, sempre, a disponibilidade de cópias e a viabilidade dos direitos de exibição. Nos enredos presentes na programação, há procuras pelo par ideal na selva de rostos e imagens da metrópole, a perda desse par ou da esperança de encontrá-lo e os dissabores gerados por uma circunstância social, diante dos quais se resiste ou se tomba.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Pode-se afirmar em linhas gerais que, vivendo ou morrendo em São Paulo, os personagens primam pela “ausência” (pela perda ou pela falta). Pode ser ausência de casa, de afeto, de liberdade, de expectativas e de confiança. Não deixa de ser um olhar paradoxal para um espaço urbano marcado pelo acúmulo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">São filmes de 1968 a 2008, dirigidos por alguns dos mais expressivos cineastas do universo paulistano, alguns de fora da cidade, mas marcados sempre em seus percursos pelo olhar para o ambiente urbano da capital, como Rogério Sganzerla, João Batista de Andrade, Denoy de Oliveira, Suzana Amaral e Guilherme de Almeida Prado, surgidos entre os anos 60 e 80, que recebem o reforço de uma nova geração de diretores com olhares voltados para São Paulo, como Lina Chamie, Laís Bodansky e Ricardo Elias.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Podemos ver o ambiente das ruas, dos imigrantes nordestinos recém chegados, de um taxista, de um marginal, de uma jovem prostituta, de um jornalista policial, de um motoboy, de um rapaz de volta à cidade, de sujeitos de classe média, de presidiários, de jogadores, enfim, de um grupo multifacetado de personagens na cidade. A geografia dramatizada pelos 18 filmes transita da periferia aos Jardins, passando pelo metrô, pelo trem, por um presídio e por um estádio.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">É notável a freqüência e proximidade da morte, presente de formas menos ou mais evidentes na maioria dos filmes de narrativa paulistana. Pode ser a morte no trânsito, como <em>A Hora da Estrela</em>, de Susana Amaral; <em>A Via Láctea</em>, de Lina Chamie; e <em>Os 12 Trabalhos</em>, de Ricardo Elias; ou por medo da perda, como <em>Perfume de Gardênia</em>, de Guilherme de Almeida Prado. Pode ser por contingências sociais, como <em>O Baiano Fantasma</em>, de Denoy de Oliveira; <em>O Homem que Virou Suco</em> e <em>A Próxima Vítima</em>, de João Batista de Andrade; e <em>De Passagem</em>, de Ricardo Elias; ou no extracampo do espaço filmado (<em>O Prisioneiro da Grade de Ferro</em>, de Paulo Sacramento). Pode ser uma morte, ainda, envolta no insólito, como em <em>A Grande Noitada</em>, de Denoy de Oliveira, ou como condição mítica, existencial e social (<em>O Bandido da Luz Vermelha</em>, de Sganzerla).</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">A morte pode ser também um estágio superado, como em <em>O Caminho dos Campeões</em>, de Eduardo Barioni, que terá sua primeira exibição pública nesta mostra; ou ainda a morte do próprio cinema como atestado de qualquer coisa, como em <em>A Dama do Cine Shanghai</em>, de Guilherme de Almeida Prado. Na morte aparente, porém, pulsa a vida. Se há a morte de um projeto de moradia, ou uma ausência de projetos, há também resistência em <em><a href="http://enquadramento.blogspot.com/2006/03/margem-do-concreto.html">À Margem do Concreto</a></em>, de Evaldo Mocarzel; assim como em <em>Jogo Subterrâneo</em>, de Roberto Gervitz, existe uma resistência ao fim do romantismo, ainda que, para sobreviver, esse romantismo precise se adaptar às novas experiências com espaços sociais, na qual a individualidade em público se torna somente imagem.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Em <em><a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/11/casa-de-alice.html">A Casa de Alice</a></em>, de Chico Teixeira, e <em>Bicho de Sete Cabeças</em>, de Laís Bodansky, a vida resiste à família, ou é ameaçada pela mesma, colocando os problemas na esfera íntima dos personagens ao invés de colhê-los fora de casa e introjetá-los na vivência doméstica. Essa fusão entre o fora e o dentro – entre a cidade, o personagem e a casa – é a base também de <em>Nina</em>, de Heitor Dhalia, no qual a morte igualmente ronda a vida de uma jovem confusa entre exterior e interior em sua vivência.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Temos, por fim, um amplo painel de retratos e olhares sobre a capital paulista, seus dramas e as feridas emocionais que causam em seus habitantes e personagens. Convidamos ao público para um mergulho nesse universo onde, quem sabe, poderá encontrar o reflexo de sua própria relação com a cidade.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><strong>SERVIÇO</strong><br />Vivendo e Morrendo em São Paulo </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">De 02 a 07 de setembro de 2008<br />Centro Cultural São Paulo<br />R. Vergueiro, 1000<br />ENTRADA FRANCA<br />(exibições em película, exceto onde indicado)</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">A programação completa pode ser acessada <a href="http://www.revistacinetica.com.br/programavivendoemorrendoemsp.htm" target="blank">aqui</a>.</span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-2598391040790127682008-08-04T15:07:00.000-03:002008-08-04T15:07:54.574-03:00Era Uma Vez...<div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">Era Uma Vez..., de Breno Silveira, Brasil, 2008 - Cabine</span></em><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-Eh_yYRVFWwfUywkNMt1rr6V36MC5F7ADr9tZtRo1rfK18Y5X1D5sgocNk0vAsOSZbM_1tKhNUhOohYyaONYJNDqrdz293D2u6B6_1iUQEVVXqH1LRmhE0-gLNd9IkMeP-EZA/s1600-h/Era-Uma-Vez.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5229173259862427362" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-Eh_yYRVFWwfUywkNMt1rr6V36MC5F7ADr9tZtRo1rfK18Y5X1D5sgocNk0vAsOSZbM_1tKhNUhOohYyaONYJNDqrdz293D2u6B6_1iUQEVVXqH1LRmhE0-gLNd9IkMeP-EZA/s320/Era-Uma-Vez.jpg" border="0" /></a>Sabemos que <em>Era Uma Vez...</em>, novo longa de Breno Silveira, foi concebido antes de <em>Dois Filhos de Francisco</em>, filme que acabou sendo uma das estréias mais bem sucedidas do cinema brasileiro. Embora seja um exercício inútil tentar imaginar como seria o filme se tivesse sido realizado na época em que foi idealizado, o fato é que, da maneira como acabou sendo apresentado ao público, <em>Era Uma Vez...</em> representa uma mudança radical na visão do diretor sobre o país. Se ainda temos aqui a fotografia estetizante a mostrar nossas belezas naturais e a música como artifício fundamental para conduzir a emoção do espectador, <em>Era Uma Vez...</em> aponta para uma percepção muito mais negativa do Brasil.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É sobre esse visão de país que Breno Silveira apresenta em seu novo filme que trato no texto recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Leia a crítica do filme em: </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/eraumavezleo.htm">http://www.revistacinetica.com.br/eraumavezleo.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-42450094809364208642008-07-01T12:45:00.005-03:002008-07-01T13:08:11.715-03:00Dulce Veiga e Os Desafinados<div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">Onde Andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado, Brasil, 2007 - Mostra Tiradentes</span></em><br /></div><div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">Os Desafinados, de Walter Lima Jr, Brasil, 2008 - Mostra CineOP</span></em><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><em></em><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCDXEFmVSmKZEoRg_uklVGuk8WaIrg9IY1U7Jad7qdPrD2QtXoOvVFaO2h_AqiWtzm1L039d-V13z8u_d6djqqGMMlyXJdUNIAOlzHJe3RdDw45NpDXwMvHfcOPHDLOI9znaa9/s1600-h/Dulce-Veiga.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5218073978044992914" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCDXEFmVSmKZEoRg_uklVGuk8WaIrg9IY1U7Jad7qdPrD2QtXoOvVFaO2h_AqiWtzm1L039d-V13z8u_d6djqqGMMlyXJdUNIAOlzHJe3RdDw45NpDXwMvHfcOPHDLOI9znaa9/s320/Dulce-Veiga.jpg" border="0" /></a>É curioso ver <em>Onde Andará Dulce Veiga?</em>, novo filme de Guilherme de Almeida Prado, à luz de outro filme prestes a chegar às salas de cinema: <em>Os Desafinados</em>, de Walter Lima Jr. Um diretor surgido na década de 80, outro nos anos 60; ambos voltando nestes seus mais recentes trabalhos ao período em que se lançaram no cinema, tendo como ponto de partida comum a suas tramas o desaparecimento/morte de uma antiga cantora, que leva seus personagens a reviver traumas ainda não cicatrizados de seus passados. Nos dois filmes abundam referências cinéfilas (como não poderia deixar de ser em se tratando desses dois diretores) e musicais, onde <em>Acossado</em> e "Meditação" são apenas as duas mais curiosas e explícitas coincidências.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkCtCrB-hM5zNH8fcfiq-c5EENwLtBLBpDid_cPc77TlxfzhiJCNubrpKnvVrPSBs0Zw1zt_iHO6MSP86YzEIF_VDW-63ngQXYS0TCbk089S3VcJRHcUg3Axua5nRaM7uZQa7O/s1600-h/Os+Desafinados.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5218074369669094706" style="FLOAT: right; MARGIN: 0px 0px 10px 10px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkCtCrB-hM5zNH8fcfiq-c5EENwLtBLBpDid_cPc77TlxfzhiJCNubrpKnvVrPSBs0Zw1zt_iHO6MSP86YzEIF_VDW-63ngQXYS0TCbk089S3VcJRHcUg3Axua5nRaM7uZQa7O/s320/Os+Desafinados.jpg" border="0" /></a>Mas é onde esses filmes começam a se diferenciar que surge o que há de mais sintomático na postura de seus diretores. </span><span style="font-family:verdana;">É sobre essas características que diferenciam o olhar para o passado de ambos os filmes - e o que isso implica no cinema presente e futuro desses dois cineastas - que trato no texto recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Leia a análise em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/blocodenotas.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/blocodenotas.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-70110682296602773292008-03-29T09:23:00.004-03:002008-03-29T09:31:08.743-03:00Serras da Desordem<div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, Brasil, 2006 - Mostra SP</span></em><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><em><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_9juRxl6_nCv1ZsGt4rEZuQY9ImOD-UcdHICJ6jySEYfykgQDsASQ4EA4g5FsR6PwWpbGzxivIsonPG3ETsHSsyZLCt2S_VtBkjfTRh95gwWpyoAC0gAOLlHQBOFjO5Jdgy0q/s1600-h/Serras.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5183138787079268498" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_9juRxl6_nCv1ZsGt4rEZuQY9ImOD-UcdHICJ6jySEYfykgQDsASQ4EA4g5FsR6PwWpbGzxivIsonPG3ETsHSsyZLCt2S_VtBkjfTRh95gwWpyoAC0gAOLlHQBOFjO5Jdgy0q/s320/Serras.jpg" border="0" /></a></em>Para além de seu caráter ensaístico, como proposta estética <em>Serras da Desordem</em> é uma experiência arrebatadora, um verdadeiro OVNI na atual produção cinematográfica brasileira. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Sua mistura singular entre o registro documental e ficcional, a utilização dos próprios personagens na reencenação de sua história (ecos tardios de Robert Flaherty?), os planos-seqüência dilatados no registro da vida primitiva, as seqüências de montagem e sobreposições de imagens, tudo colabora para uma experiência de imersão nessa registro audiovisual.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É sobre as características que fazem de <em>Serras da Desordem </em>uma inquieta e fascinante experiência que trato no texto recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Leia a crítica do filme em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://revistacinetica.com.br/serrasdadesordem.htm" target="_blank">http://revistacinetica.com.br/serrasdadesordem.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-43821457656463673412008-03-15T16:21:00.005-03:002008-03-15T16:44:28.735-03:00Mostra Eu é um Outro<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn3FZ_PnWDa5JQGSiYPl3ShLleZeDZzWCx3qRXZJ9fajKvCd2UAg7S1-dBDceAx6x7Iov6s_gEwDir8cGrTqmkHOSPIeMdl51FZLpJ40XqL782yV6jtWlNj-RhIkp4_Lrp5P4i/s1600-h/Cartaz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5178053008602965042" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn3FZ_PnWDa5JQGSiYPl3ShLleZeDZzWCx3qRXZJ9fajKvCd2UAg7S1-dBDceAx6x7Iov6s_gEwDir8cGrTqmkHOSPIeMdl51FZLpJ40XqL782yV6jtWlNj-RhIkp4_Lrp5P4i/s320/Cartaz.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:Verdana;">Começa no próximo dia 18 de março e vai até o final do mês, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro, a mostra “Eu é um Outro – O Autor e o Objeto no Documentário Brasileiro Recente”. Com produção minha e curadoria de Eduardo Valente e Cléber Eduardo, a mostra nasce do desejo de ampliar as fronteiras do olhar do espectador para o fazer documental, através da exibição de 36 longas metragens produzidos a partir de 2000 e seis debates com pensadores e realizadores.<br /><br />Desde os primórdios da linguagem documental no cinema, uma das principais questões que se colocam ao diretor que decide registrar um ser humano são as diferentes formas de relação que o autor pode ter com esse objeto. De <em>Nanook – O Esquimó</em> a <em>Fahrenheit 11 de Setembro</em>, muita coisa mudou, mas as implicações morais e éticas por trás da idéia do retrato da realidade de uma vida continuam sendo questionadas.<br /><br />Em meio ao reconhecimento que o documentário brasileiro tem recebido nos últimos anos, pouco tem se discutido as diferentes formas com que seus diretores têm usado os limites desta proximidade e distanciamento com seus “personagens” (termo que passou a ser muito usado no documentário a partir de Eduardo Coutinho, o mais reconhecido cineasta brasileiro no formato). Esta mostra tenta discutir algumas das questões envolvidas ao se ligar uma câmera e apontá-la para alguém, fazendo isso através de destacados exemplos da produção nacional recente.<br /><br />Partindo de uma totalidade de documentários exibidos pelo menos uma vez em salas de exibição, procurou-se localizar as características mais recorrentes e, entre elas, escolher as mais estimulantes e/ou representativas de facetas do documentário hoje no Brasil, sempre partindo da relação viva entre sujeito (o autor do documentário) e objeto (o seu tema/personagem). Chegou-se dessa forma a um panorama de 36 filmes, divididos em seis sessões, cada uma delas levantando questões das mais relevantes a partir da produção documental brasileira contemporânea:<br /><br /><strong>Íntimo e Pessoal: Proximidade e distanciamento</strong> talvez seja a sessão que reúna uma presença mais evidente do realizador. Todos os seis filmes escancaram a proximidade entre o seu assunto/personagem principal e aquele que realiza o filme. A sessão passa por relações familiares, de filha com pai (<em>Person</em>); de mulher com marido (<em>Diário de Sintra</em>); de indivíduo com herança genético-nacional (<em>Um Passaporte Húngaro</em>). Mas também exibe as relações de amizade e admiração, sejam elas prévias (<em>Banda de Ipanema</em>), adquiridas no processo de filmagem (<em><a href="http://enquadramento.blogspot.com/2005_10_01_enquadramento_archive.html">Seo Chico</a></em>), ou mediadas por relações de classe/trabalho (Santiago). Em todos os seis filmes, o lugar privilegiado de onde o realizador observa o seu objeto é colocado em questão, assim como as estratégias para chegar (ou não) a um possível distanciamento.<br /><br /><strong>Ilustres Conhecidos e Ilustres Anônimos: a performance da singularidade</strong> exibe uma das vertentes mais habitadas pelo documentário contemporâneo. Por um lado, temos os personagens-personalidades, figuras mais do que conhecidas do espectador antes de entrar na sala de exibição (aqui representados por Oscar Niemeyer, Nelson Freire e Tom Zé); por outro, temos o personagem do Homem ordinário, mostrados sempre em seu teor extraordinário (Moacyr, Estamira, e os moradores do Edifício Master). Com exceção do filme de Eduardo Coutinho, os outros cinco exercem vertentes aparentemente opostas do documentário biográfico, sem dúvida um dos mais exercitados no mundo. De perto, veremos que uns e outros buscam a mesma idéia do personagem único e inigualável – ainda que alguns já sejam legitimados pela memória histórica, e outros estejam por ser legitimados a partir do seu saber popular ou de sua lógica particular (e peculiar).<br /><br /><strong>Ontem é Hoje: memória e presentificação</strong> lida com uma questão particularmente cara ao cinema de forma geral, mas ainda mais no caso do documentário. Na necessidade de montar-se discursos sobre um passado, sejam eles de ordem biográfica (<em>O Engenho de Zé Lins</em>), histórica (<em>Hércules 56</em>) ou artístico-geográfica (<em>Vinicius</em>, <em>A Mochila do Mascate</em>), os filmes expõem visões sempre necessariamente fincadas no presente de sua realização. Cabe ao realizador lidar de formas diferentes com este “deslocamento temporal” entre tempo retratado e tempo vivido, lidando com várias decisões de uso de materiais, como os arquivos audiovisuais, ou as entrevistas em que os personagens colocam sua memória e a forma de articulá-la como assunto do próprio documentário (algo que está ainda mais fortemente explícito na estrutura de <em>Morro da Conceição</em> e <em>Pretérito Perfeito</em>).<br /><br /><strong>Em Processo: variações sobre o dispositivo</strong> coloca lado a lado documentários pautados pelo imprevisto, numa proposta de realização que coloca a filmagem como matéria-prima de uma dramaturgia documental, o filme como produto de contingências sobre as quais não tem controle. A idéia que os filmes comportam é menos a de registrar uma determinada realidade anterior à sua realização, mas a de registrar a sua própria realização como uma realidade de interesse. Como diz o título da sessão, são filmes que apostam na dinâmica que surgirá a partir de seus processos e regras de realização (<em>33</em>, <em>O Fim e o Princípio</em>), na própria dinâmica incerta dos processos que documentam (<em>Vocação do Poder</em>), chegando à radicalização da entrega da câmera a uma outra pessoa (<em>O Prisioneiro da Grade de Ferro</em>). A sessão exibe também dois filmes que, aparentemente partindo de pontos de partida mais “tradicionais” (o documentário de aventura, no caso de <em>Extremo Sul</em>; o documentário de biografia de “ilustres anônimos”, em <em>A Pessoa é para o que Nasce</em>), acabam ganhando uma outra dimensão pela necessidade de incorporar e explicitar seus processos devido a fatos que se dão ao longo de suas realizações.<br /><br /><strong>A Parte pelo Todo: generalizando o específico</strong> nos mostra filmes em que, partindo-se sempre do específico, monta-se (consciente ou inconscientemente pela parte do realizador) um discurso cuja leitura obrigatoriamente se expande para além das fronteiras do objeto direto do interesse dos realizadores. Assim, a partir de individualidades (<em>Ônibus 174</em>), instituições (<em>PQD</em> ou <em>Justiça</em>), grupos sociais (<em>À Margem da Imagem</em>) ou espaços regionais (<em>2000 Nordestes</em>, <em>Viva São João</em>), os filmes parecem nos obrigar a reflexões e observações que vão muito além da experiência documentada. Se o Brasil parece especialmente afeito a se pensar desta maneira a partir das expressões artísticas (basta ver a recente polêmica envolvendo o Capitão Nascimento de <em>Tropa de Elite</em>), estes filmes nos colocam questões relevantes sobre objetivos e discursos.<br /><br /><strong>Impressão da Expressão ou Expressão da Impressão: o eu e o outro</strong> mostra filmes que procuram a aventura da descoberta – se não de realidades, situações e problemas, certamente uma descoberta de aproximações com mundos e seres. São filmes onde a maneira de ver do realizador salta aos olhos em primeiro plano, onde não há maneira de enxergar uma “realidade dada”, mas sim uma maneira de olhar para ela. Partindo de temas tão diferentes quanto o cotidiano de uma cidade (<em>Sábado à Noite</em>) ou figuras anônimas e seus modos de vida (<em>Andarilho</em>), os filmes expõem a vertente mais abertamente “cinematográfica” do documentário, onde a linguagem se sobrepõe aos temas. Não deixa de ser curioso notar que a maioria dos filmes busca a relação com fenômenos artísticos (<em>Cartola</em>, <em>Rocha que Voa</em>) ou culturais (<em>500 Almas</em>, <em>Aboio</em>), tentando criar a partir dos seus diretores um diálogo audiovisual com o universo que tentam mostrar.<br /><br />* * *<br /><br />Ao final desta programação, espera-se que o espectador possa encontrar-se menos cheio de certezas do que instigado a pensar, e acima de tudo, conhecer melhor esta produção documental, que é maior que os clichês de discurso sobre ela espalhados. Em última instância, a mostra “Eu é um Outro” levanta este retrato do hoje no documental brasileiro: como se está usando a tecnologia de nosso tempo para olhar para algo da vida e do mundo? O que se tem mostrado? De que forma? Com quais objetivos? Com quais efeitos? Descubramos então, todos juntos.<br /><br /><br /><strong>SERVIÇO</strong><br />Eu é um Outro – O Autor e o Objeto no Documentário Brasileiro Contemporâneo<br /><br />De 18 a 30 de Março de 2008<br />Caixa Cultural do Rio de Janeiro<br />Av. Almirante Barroso, 25<br />Cine 1 (exibição em película) e 2 (exibição digital)<br />ENTRADA FRANCA</span></div><span style="font-family:Verdana;">Para mais detalhes sobre a programação, visite: </span><br /><br /><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.caixacultural.com.br/html/main.html" target="_blank">http://www.caixacultural.com.br/html/main.html</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-49383215358038836552008-03-15T16:01:00.005-03:002008-03-15T16:16:04.071-03:00Entrevista à Rede Minas<span style="font-family:Verdana;"></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl9mgr4Rcts7amGXAP7lFS6s9J8nLMNhB58Om2a_IyQnyngFXFTqVFlIoLNIZ9HfmSs6rSEWX-UPsjpAZgR_In_DKvoh_QQoTFRHj7-M7LnhYzK8-_MLpXjPYp7a3BpkTrS292/s1600-h/Plano+Geral.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5178049130247496722" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhl9mgr4Rcts7amGXAP7lFS6s9J8nLMNhB58Om2a_IyQnyngFXFTqVFlIoLNIZ9HfmSs6rSEWX-UPsjpAZgR_In_DKvoh_QQoTFRHj7-M7LnhYzK8-_MLpXjPYp7a3BpkTrS292/s400/Plano+Geral.jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="font-family:Verdana;">Durante a Mostra de Tiradentes, dei uma pequena entrevista à Rede Minas. Ela foi ao ar no último dia 14 de março e, para quem tiver curiosidade, pode ser vista aqui: <a href="http://www.cinemagazine.com.br/video.php?nomeBloco=PLANOGERAL&bloco=PG&pasta=551&dia=14/03/2008" target="blank">http://www.cinemagazine.com.br/video.php?nomeBloco=PLANOGERAL&bloco=PG&pasta=551&dia=14/03/2008</a></span> </div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-75092210478608474202008-02-11T10:20:00.000-02:002008-02-11T10:31:26.290-02:00Estéticas da Biopolítica<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZyTSMKikG1o6AUfgMxIdEYK_Sw7kjsmCxiKM1zqxWNaoNyVeW00KF2gjLWNiURo-ziXbfGU_qTmclOxfIYzQxam5ixKqU9tHaK7f_g3HlASpXQeA9hVVZTK3FEgdfHKncH0UK/s1600-h/cep.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5165696753520843266" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZyTSMKikG1o6AUfgMxIdEYK_Sw7kjsmCxiKM1zqxWNaoNyVeW00KF2gjLWNiURo-ziXbfGU_qTmclOxfIYzQxam5ixKqU9tHaK7f_g3HlASpXQeA9hVVZTK3FEgdfHKncH0UK/s320/cep.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;">Ao longo de todo o segundo semestre do ano passado estive envolvido no projeto <em>Estéticas da Biopolítica - Audiovisual, Política e Novas Tecnologias</em>, do qual fui produtor e um dos editores, juntamente com Ilana Feldman, André Brasil e Cezar Migliorin.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Trata-se de uma edição especial da <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a> - produzida no âmbito do programa Cultura e Pensamento, do Ministério da Cultura - que trata da convergente relação entre o conceito de biopolítica de Foucault, o audiovisual contemporâneo e as novas tecnologias de comunicação e informação. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Para a realização do projeto, convidamos 21 debatedores e colaboradores, entre críticos, ensaístas, pesquisadores e artistas, de diversas regiões do Brasil e da América Latina, para, cada um a sua maneira, e a partir de sua própria produção e reconhecida reflexão na área, discutir o tema em questão.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">O site, disponibilizando ensaios críticos, audiovisuais, entrevistas, indicações e fórum de discussão, já está no ar.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Para visitá-lo, acessem:</span></div><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/cep" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/cep</a></span>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-78119008997535024452008-02-01T13:16:00.000-02:002008-02-01T14:06:38.475-02:00Mostra Tiradentes 2008<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfWiN0QWpeHnyDF-d3JhMIRswSKifwlVQXtLkYkzVkhyS_zbGnp30uPeOSreJm73yf5l0KhgFUNth6vikATcbA-ZkdPR_rO9cWEwsflA6Qr4iaPz1XEriLtAU81-JolPaZdrRD/s1600-h/mostratiradentes.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5162043677717670690" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfWiN0QWpeHnyDF-d3JhMIRswSKifwlVQXtLkYkzVkhyS_zbGnp30uPeOSreJm73yf5l0KhgFUNth6vikATcbA-ZkdPR_rO9cWEwsflA6Qr4iaPz1XEriLtAU81-JolPaZdrRD/s320/mostratiradentes.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;">Sem querer justificar minha ausência por aqui, estive de 17 a 26 de janeiro acompanhando e trabalhando na 11ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A edição deste ano, sob a curadoria de Cléber Eduardo, foi particularmente especial, não apenas pela qualidade geral da programação, mas pela criação da Mostra Aurora, dedicada a diretores em início de filmografia em longa e que este ano contou exclusivamente com longas-metragens de estréia (dois do Ceará, dois de Pernambuco, um do Rio Grande do Sul, um de São Paulo e outro do Rio de Janeiro, o que por si só já demonstra a descentralização dessa nova produção).</span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">A grande novidade deste ano foi a confirmação de um novo modelo de produção, com um cinema em digital realizado com baixíssimo orçamento e, muitas vezes, sem recursos de editais e leis de incentivo. Se enquadram nessa vertente da produção filmes como os cariocas <em>Alucinados</em>, de Roberto Santucci, e <em>Meu Nome é Dindi</em>, de Bruno Safadi (que levou o prêmio de Melhor Filme do Júri da Crítica); os pernambucanos <em>Amigos de Risco</em>, de Daniel Bandeira, e <em>Crítico</em>, de Kleber Mendonça Filho; e <em>Meu Mundo em Perigo</em>, de José Eduardo Belmonte. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">São filmes com propostas e resultados bastante distintos, mas que se utilizam das possibilidades abertas pela tecnologia digital para conseguirem uma maior liberdade e viabilizarem projetos que não seriam produzidos de outra forma. Dois dos sete filmes da Mostra Aurora foram exibidos em projeção digital. Outros quatro foram captados em vídeo e convertidos para 35 mm. Apenas o paulista <em>Corpo</em>, de Rosanna Foglia e Rubens Rewald foi rodado originalmente em película. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">As produções do Nordeste, em especial de Pernambuco e Ceará, demonstraram ainda uma nova cena surgindo, com um cinema feito entre amigos, com profissionais trabalhando uns nos filmes dos outros. Dessa forma, temos o diretor de <em>Sábado à Noite</em> (Melhor Filme pelo Júri Jovem), Ivo Lopes Araújo, assinando a fotografia de <em>O Grão</em>, de Petrus Cariry. Por sua vez, Daniel Bandeira, diretor de <em>Amigos de Risco</em>, fez os letreiros e animações de <em>Crítico</em>, de Kleber Mendonça Filho (de quem já havia montado <em>Vinil Verde</em> e co-dirigido <em>A Menina do Algodão</em>). </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">A seleção de curtas e vídeos reforça o surgimento dessa nova cena, com Pernambuco representado por três curtas – incluindo <em>Ocidente</em>, de Leonardo Sette (responsável por entrevistas adicionais em <em>Crítico</em>) e <em>Décimo Segundo</em>, de Leonardo Lacca (que teve edição de som de Kleber Mendonça Filho) – e o Ceará com dois curtas e sete vídeos na programação.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O que se pode ver ainda é uma enorme renovação das equipes, seja na figura dos diretores (vários estreantes da Mostra Aurora estão abaixo dos 30 anos), técnicos (com especial destaque para os fotógrafos Lula Carvalho e Ivo Lopes Araújo) e atores (onde Eucir de Souza, Rosanne Mulholland, Djin Sganzerla, Irandhir Santos, João Miguel e Nash Laila destacaram-se em Tiradentes, seja nas telas ou nos debates).</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Saindo da seara dos meios de produção, é possível detectar ainda algumas opções dramáticas que aproximam diversos filmes da programação. É o caso da opção pela concentração de todo o enredo em um curto espaço de tempo (um dia ou uma noite), envolvendo o deslocamento dos personagens ou do filme por uma cidade. Em <em>Ainda Orangotangos</em>, é a cidade de Porto Alegre. <em>Alucinados</em> circula pelo Rio de Janeiro, <em>Amigos de Risco</em> pelo Recife, <em>Sábado à Noite</em> por Fortaleza. São obras onde o estar naquele espaço é questão fundamental para o filme e fator determinante das situações retratadas. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Também foi notável a presença de filmes de recusa às organizações, sem totalizar demais as situações. Alguns compartilham com seus personagens essa crise da percepção, transformando a narrativa e a dramaturgia em elaborações de sentidos rarefeitos, que procuram a autonomia dos fragmentos e a atenção para a experiência evidenciada. Pode-se perceber ainda a recorrência do plano-seqüência em alguns filmes: a câmera que caminha por Porto Alegre em <em>Ainda Orangotango</em>, que olha para alguns locais de Fortaleza em <em>Sábado à Noite</em>, que fixa-se nos ambientes de uma família em <em>O Grão</em>, que circula atrás de sua protagonista por diferentes ambientes em <em>Meu Nome é Dindi</em>. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">De maneira geral, essas foram as principais características que me chamaram a atenção na programação deste ano. Fato é que há aí uma novíssima geração de promissores cineastas que estão dando as costas para o atual modelo de produção (dos editais e leis de incentivo) e estão fazendo filmes urgentes, preciosos, arriscados e belíssimos. Pode estar saindo daí a solução para a atual encruzilhada na qual o cinema brasileio chegou com esse modelo falido de financiamento. Resta cruzar os dedos e acompanhar atentamente a carreira desses diretores.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Para mais detalhes sobre a programação deste ano, vale dar uma olhada no site da mostra: </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.mostratiradentes.com.br/" target="_blank">http://www.mostratiradentes.com.br/</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-73697174755421591552008-01-02T16:13:00.000-02:002008-01-04T15:49:24.057-02:00Retrospectiva 2007<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih3tub_1pON-CkXnfCJanPZmTBOT0GrZYUByzQ6w94-q0oXoZ4cmHcMdJ-YONSvTlvv2hhiJydoCpZic3V1MIHnGsPj_znLYjKVHgmcV39bQC74XfhRTd4pxR0dFpFtLWPSiLh/s1600-h/Maria.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5151679464022988402" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEih3tub_1pON-CkXnfCJanPZmTBOT0GrZYUByzQ6w94-q0oXoZ4cmHcMdJ-YONSvTlvv2hhiJydoCpZic3V1MIHnGsPj_znLYjKVHgmcV39bQC74XfhRTd4pxR0dFpFtLWPSiLh/s400/Maria.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;">2007 foi um ano onde o excesso de atividades se sobrepôs à freqüência ao cinema. Como pôde observar o leitor do Enquadramento, as críticas de filmes em cartaz diminuíram em função de outros trabalhos, como a produção do novo documentário de Evaldo Mocarzel (<em>À Margem do Lixo</em>) e do Festival de Guararema; a participação em eventos como o <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/11/panorama-do-cinema-mundial.html">Panorama do Cinema Mundial</a>, a <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/11/semana-de-cinema-ufsc.html">Semana de Cinema da UFSC</a> e a <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/11/mostra-cinebh-2007.html">Mostra CineBH</a>; a preparação da <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/07/curso-no-cinesesc.html">aula</a> e <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/08/o-cinema-popular-brasileiro-do-sculo-21.html">ensaio</a> sobre o cinema popular brasileiro do século XXI para o curso Recortes Sobre o Audiovisual Contemporâneo; a cobertura do <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/02/57o-festival-internacional-de-cinema-de.html">Festival de Berlim</a> e, por fim, a análise de importantes movimentos na política audiovisual brasileira, como a nefasta campanha da <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/12/ancinav-redux.html">ABTA</a> contra a tentativa de regulamentação das programadoras de TV por assinatura e os resultados dos editais da <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/07/edital-petrobras-2007.html">Petrobras</a> e <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/12/edital-bndes-2007.html">BNDES</a>, os dois maiores patrocinadores do cinema brasileiro.</span> </div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Um ano intenso, mas onde muitos filmes acabaram passando sem serem visto, o que prejudica sensivelmente as tradicionais retrospectivas de fim de ano. Filmes importantes – seja pela obra pregressa de seus diretores, seja pela repercussão que causaram – não foram vistas e poderiam alterar a composição da relação abaixo, caso de <em>A Leste de Bucareste</em>, <em>O Hospedeiro</em>, <em>O Ultimato Bourne</em>, <em>Anjos Exterminadores</em>, <em>Os Donos da Noite</em>, <em>Novo Mundo</em>, <em>Mutum</em>, <em>A Via Láctea</em> e <em>Os 12 Trabalhos</em>, por exemplo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Feita essa ressalva, listo abaixo os filmes que mais me atrairam entre aqueles que vi nas estréias de 2007. É possível observar algumas aproximações entre os títulos listados (reflexo de tendências na produção contemporânea ou da predileção de meu olhar?), como o olhar sensível e atento de filmes como <em>Medos Privados</em>, <em>Cão Sem Dono</em> e <em>Em Paris</em> aos pequenos dramas dos relacionamentos humanos; as crises dos protagonistas de <em><a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/05/maria.html">Maria</a></em>, <em>Em Busca da Vida</em> e <em>Maria Antonieta</em> com as mudanças em curso no tempo em que vivem; e o colocar em xeque (e sob risco de colapso) a percepção do espectador de <em>Império dos Sonhos</em>, <em><a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/08/possudos.html">Possuídos</a></em> e <em>Jogo de Cena</em>. Ao leitor/espectador cabe encontrar outras relações entre os títulos, discutir ou discordar sobre sua seleção entre os melhores do ano e eleger seus próprios favoritos. Os meus seguem abaixo:</span> </div><br /><strong><span style="font-family:Verdana;">10+ 2007</span></strong><br /><ol><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em><a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/05/maria.html" target="_blank">Maria</a></em>, de Abel Ferrara</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Em Busca da Vida</em>, de Jia Zhang-ke</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Jogo de Cena</em>, de Eduardo Coutinho</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em><a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/08/possudos.html" target="_blank">Possuídos</a></em>, de William Friedkin</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Medos Privados em Lugares Públicos</em>, de Alain Resnais</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Império dos Sonhos</em>, de David Lynch</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Maria Antonieta</em>, de Sofia Coppola</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Cão Sem Dono</em>, de Beto Brant e Renato Ciasca</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Em Paris</em>, de Christophe Honoré</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Tropa de Elite</em>, de José Padilha</span></div></li></ol><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><u>Menção Honrosa</u>: <em>Dias Selvagens</em>, de Wong Kar-wai, que finalmente foi lançado em telas brasileiras, 16 anos após sua estréia no Festival de Berlim.</span> </p><p align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><strong>5+ Brasil</strong></span> </p><ol><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Jogo de Cena</em>, de Eduardo Coutinho</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Cão Sem Dono, </em>de Beto Brant e Renato Ciasca</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Tropa de Elite</em>, de José Padilha</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em><a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/11/casa-de-alice.html" target="_blank">A Casa de Alice</a></em>, de Chico Teixeira</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Santiago</em>, de João Moreira Salles</span></div></li></ol>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-47916615239770651892007-12-28T19:54:00.000-02:002008-01-04T16:03:33.820-02:00Lições turcas<div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNs6vrzBR8LdkRj-pV8hfiHgBCz_otVyqiUhOMlltiGZqPNTvyhvFGUuPx8OsOkePFLz0VWsFggI7UekZ7T5466ObkSxthc7tXLX1i5xjEqI70zVnmKyiFo3TF2DDW0aSaw02m/s1600-r/turkishflag.jpg"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZKOJXTD34-b4W51ZFTLc8EA8uhzRVkb4DWIaTQ_QZqaYEb01aQyUQLGBhDH5iIPhOYrugjKnJp8IABSRaMVZIjiRV98TSpa_gciBovrRgMv8A2GlfmLEl4lRFVCCHQuXhayTE/s1600-h/usakteste.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5149145850133473746" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZKOJXTD34-b4W51ZFTLc8EA8uhzRVkb4DWIaTQ_QZqaYEb01aQyUQLGBhDH5iIPhOYrugjKnJp8IABSRaMVZIjiRV98TSpa_gciBovrRgMv8A2GlfmLEl4lRFVCCHQuXhayTE/s320/usakteste.jpg" border="0" /></a>Apesar de suas enormes diferenças, os cinemas nacionais da Turquia e do Brasil guardam muitas semelhanças quando analisamos sua relação com o público local nas últimas décadas – e o país eurasiático tem muito a nos ensinar quando o assunto é a ocupação do próprio mercado. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Lá como cá, a produção local, após alguns anos de diálogo estreito com seu público (no Brasil, particularmente entre 1976 e 1983; na Turquia, de 1965 a 1975) sofreu um enorme golpe de viés político e econômico que a precipitou não apenas ao esquecimento, mas à posição de vergonha nacional no imaginário popular, para só nos últimos anos reconquistar o seu espaço. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">É sobre as aproximações e distanciamentos históricos entre os cinemas da Turquia e do Brasil de que trato no artigo recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>, fruto do <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/11/panorama-do-cinema-mundial.html">seminário</a> que ocorreu em novembro no Reserva Cultural.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Leia o artigo em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/licoesturcas.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/licoesturcas.htm</a></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Autalização de 04/Janeiro: Uma versão reduzida deste artigo foi publicada na edição deste mês da revista Reserva Cultural, disponível nas bancas da Av. Paulista.</span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-66584982746767216452007-12-15T11:18:00.000-02:002007-12-15T11:27:35.491-02:00Ancinav Redux<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY2diEZXkafiZ8Er35rl_bJS2glTwmetAwfD357SlQuUqdWTNJzNmdjSZwgqO84nyVsS-8D_s31l_ZKyb9XW8H6eRgx18zIUXenEv46mg7w6jBabfA8O4GvUqRJyj6DIfi_7-c/s1600-h/logo-ABTA_pd.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5144188916708010434" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhY2diEZXkafiZ8Er35rl_bJS2glTwmetAwfD357SlQuUqdWTNJzNmdjSZwgqO84nyVsS-8D_s31l_ZKyb9XW8H6eRgx18zIUXenEv46mg7w6jBabfA8O4GvUqRJyj6DIfi_7-c/s320/logo-ABTA_pd.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;">Semana passada, a Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) lançou uma campanha (que inclui um abaixo-assinado endereçado ao Congresso Nacional, a criação de um site específico e a veiculação de um comercial em suas afiliadas) contra o Projeto de Lei 29/2007, que propõe, entre outras coisas, uma cota de canais nacionais nos pacotes das operadoras de TV por assinatura, assim como a obrigatoriedade dos canais estrangeiros de dedicarem parte de sua programação à produção brasileira independente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Em sua campanha, a ABTA lança mão de ameaças e desinformações para manobrar a opinião pública contra um projeto de lei sobre o qual ela pouco tem informação (e a pouca informação que tem, veiculada pela própria Associação em sua campanha, é distorcida e manipulada), em uma estratégia muito semelhante à que foi utilizada há três anos para barrar a criação da Ancinav.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É sobre essa estratégia digna de repulsa da ABTA e sobre as verdadeiras implicações do Projeto de Lei proposto pelo Governo de que trato no artigo recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Leia o artigo em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/ancinavdenovo.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/ancinavdenovo.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-88940016347085870132007-12-08T10:00:00.000-02:002007-12-08T10:08:11.353-02:00Edital BNDES 2007<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkYjVtvkFs1ejpGjMhZYUC1wvgMyAPjOvbeiTLZutQ2_0LLGrmKfFx622jiPlvffyt3-h5f1z-fba7B0LXiXSYuiptJb7mmiVZW5vZcAcx4IVWSeGwVuh3pykPT8eioBdrARlu/s1600-h/logo_bndes.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5141570943090338866" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkYjVtvkFs1ejpGjMhZYUC1wvgMyAPjOvbeiTLZutQ2_0LLGrmKfFx622jiPlvffyt3-h5f1z-fba7B0LXiXSYuiptJb7mmiVZW5vZcAcx4IVWSeGwVuh3pykPT8eioBdrARlu/s320/logo_bndes.gif" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;">A política pública para o cinema brasileiro tem muitas vezes cenas que deixariam as mais escrachadas chanchadas da Altântida no chinelo - e, em tempos de clamores por um "choque de capitalismo" no cinema brasileiro, a lista de projetos pré-selecionados pelo edital do BNDES é um exemplo perfeito da falta de uma política articulada e de critérios claros a nortear os investimentos em nossa produção.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É sobre as incongruências dessa seleção em relação às suas próprias regras e às demais linhas de financiamento para o cinema brasileiro do próprio BNDES de que trato no artigo recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Leia o artigo em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/bndes2007.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/bndes2007.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-31708185700240288762007-11-30T19:34:00.000-02:002007-11-30T20:00:32.248-02:00Panorama do Cinema Mundial<div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXqjaQ32b-cqdytPIEK67SJOlIViaMm3MRigzAe9hw4WoiQBJ7A00Bgtm3RtUfBBR3Os_f0OyuhuAr3nTW_EdNLrlvlUumg6p1yZt__CxTXSvBVwUGuye89T889FuBczs7PHzV/s1600-r/turkishflag.jpg"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNs6vrzBR8LdkRj-pV8hfiHgBCz_otVyqiUhOMlltiGZqPNTvyhvFGUuPx8OsOkePFLz0VWsFggI7UekZ7T5466ObkSxthc7tXLX1i5xjEqI70zVnmKyiFo3TF2DDW0aSaw02m/s1600-r/turkishflag.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5138753261807835186" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEits-2k03xzzNjw9ZdZYcfMdTYyKNXcUIWOTeB-EtSWDzyun0E8sKaHssbJKa1T7WvhDCMVkkOCSqWVmInxKouTlO75fTnXRdsy2bfCq0NaBIL1JEIn2FYk5Fo_UbcggytE4g3j/s320/turkishflag.jpg" border="0" /></a>Neste próximo final de semana ocorre no Reserva Cultural, em São Paulo, o seminário Panorama do Cinema Mundial, onde serão analisadas e debatidas as cinematografias de 26 países da América, Europa, Ásia e África, buscando compreender principalmente como funcionam seus mercados cinematográficos e as tentativas de barrar a ocupação de suas salas pelo cinema norte-americano.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Participarei do seminário apresentando o cinema da Turquia, cuja produção já foi a 3<span style="font-size:85%;">a</span> maior do mundo na década de 70, passou por uma forte recessão (num ciclo muito semelhante ao do cinema brasileiro) e agora vem retomando o apelo junto ao seu público, atingindo em 2006, pela primeira vez em 20 anos, mais de 50% de participação em seu mercado.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Mais detalhes podem ser encontrados no site do evento:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.reservacultural.com.br/seminarios.htm" target="_blank">http://www.reservacultural.com.br/seminarios.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-20567764321338173492007-11-18T11:27:00.000-02:002007-11-30T20:00:16.632-02:00Semana de Cinema - UFSC<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHKTZZKeCca69lnq8hTiPQMydCnrItLT-sSxKWH16FWNcvAEPewtDBzlRYo_La9s9YcWda0ZtaMFysVMg798MY25zFRnzSwIH5nFtvRPxDQQOhCHMC9FoMsy8uN05IpTtcdP_W/s1600-h/sidebar.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5133815091310095698" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHKTZZKeCca69lnq8hTiPQMydCnrItLT-sSxKWH16FWNcvAEPewtDBzlRYo_La9s9YcWda0ZtaMFysVMg798MY25zFRnzSwIH5nFtvRPxDQQOhCHMC9FoMsy8uN05IpTtcdP_W/s320/sidebar.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;">Para os leitores de Florianópolis: amanhã participarei de um debate com José Geraldo Couto (da Folha de São Paulo) na Universidade Federal de Santa Catarina. O debate, com mediação de Felipe Soares, faz parte da Semana de Cinema, organizada pelo curso de cinema da UFSC, e versará sobre a visão da crítica cinematográfica sobre o cinema contemporâneo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Mais detalhes podem ser encontrados no site do evento:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://semanadecinema.blogspot.com/" target="_blank">http://semanadecinema.blogspot.com/</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-2716790290265910332007-11-16T09:57:00.000-02:002007-11-16T10:12:46.945-02:00A Casa de Alice<div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">A Casa de Alice, de Chico Teixeira, Brasil, 2007 - Festival de Berlim</span></em><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCSGNEZQixs_RJsDams-xN-4GxrA_hbVU23BA3l2uLoLSWpLkxYi93_jUB3QtGHW3HwX_iK7Q4no0x6gA6XdP2MqRHlgB7cs-vT5SxvBg_YrOdZHAllDnoK6-tMeklUhJs3hn_/s1600-h/casa-de-alice.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5133406592675605826" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCSGNEZQixs_RJsDams-xN-4GxrA_hbVU23BA3l2uLoLSWpLkxYi93_jUB3QtGHW3HwX_iK7Q4no0x6gA6XdP2MqRHlgB7cs-vT5SxvBg_YrOdZHAllDnoK6-tMeklUhJs3hn_/s320/casa-de-alice.jpg" border="0" /></a>Um dos grandes diferenciais de <em>A Casa de Alice</em> em relação ao atual panorama do cinema brasileiro é o ambiente sobre o qual se debruça: a classe média baixa paulistana. Estamos, entretanto, longe do cinismo e do negativismo programático de um <em>Contra Todos</em>, embora tenhamos aqui também a família desestruturada, a sexualidade à flor da pele, uma certa imoralidade nos relacionamentos. De fato trata-se quase de um anti-<em>Contra Todos</em>, pois <em>A Casa de Alice</em> está colado em seus personagens (em especial na protagonista), acompanhando cada um de seus movimentos não com desdém, mas com carinho e curiosidade. Nesse sentido, o filme se aproxima mais de <em>O Céu de Suely</em>, com sua câmera contemplativa, suas atuações naturalistas, sua forte protagonista feminina.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Alice é o eixo em torno do qual se sustenta a família: sua mãe, o marido e três filhos homens. Todos com segredos a esconder, e só a mãe/sogra/avó (que ironicamente está perdendo a visão) observa a tudo em silêncio. Em suas conversas no salão de beleza onde trabalha como manicure, nas crendices e superstições que compartilha com a mãe, no meio extremamente machista em que convive, na rádio AM ligada o dia inteiro, nas viagens de ônibus para o trabalho, no refresco de uva das refeições: tudo em <em>A Casa de Alice</em> reflete à perfeição o ambiente retratado, e Chico Teixeira sabe utilizar sua câmera com precisão para, através de seus longos planos e cortes secos, desvendar esse universo para o espectador. Com sua estréia em ficção, Chico Teixeira consegue nos entregar uma obra poderosa, que o coloca entre aqueles diretores desta novíssima geração do cinema brasileiro a se acompanhar de perto.</span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-50364489303471609852007-11-07T23:45:00.000-02:002007-11-08T00:01:42.969-02:00Mostra CineBH 2007<div align="justify"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5130279947926885010" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_BtK9pSEbSwfjXzlmUXMHTwerls6pXG4szCNPUQ0GfUVHyV87bWyA1s-iXGYvU_Q_8itWkWjf0R93Myx-wgn8HlBGzidIO670LUsQs5hEywdtPnVIk8c2XuJzIjgsTw3fnCs_/s320/Mostra+BH.jpg" border="0" /><span style="font-family:verdana;">Para os que andam estranhando minha ausência por aqui, saibam que ainda continuo envolvido na produção do documentário <em>À Margem do Lixo</em>, de Evaldo Mocarzel, cujas filmagens devem terminar esta semana - e que, enquanto durarem, não me deixam tempo livre para quase nada. Ainda assim, semana passada consegui dar uma escapada para Belo Horizonte, onde mediei o seminário "Na paralela do circuito", parte da Mostra Cine BH. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">O debate - com a presença de representantes do Fórum dos Festivais, da Programadora Brasil, do Microcine Cinema Brasil e do programa DocTV - abordou, de maneira extremamente interessante e pertinente, iniciativas públicas e militantes que visam fomentar e difundir novas formas de acesso do espectador brasileiro à nossa produção.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Mais detalhes podem ser encontrados no site da mostra: </span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.cinebh.com.br/" target="_blank">http://www.cinebh.com.br/</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-73563615826768502622007-10-18T23:11:00.001-02:002007-10-22T23:10:54.150-02:00Mostra de São Paulo 2007<p align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1E_BhUOopuveYQbm8nlAiCq_NqhMq8pTOIcaBA67e442hDipMcgfNX6ubg1y-kiPkFLg0FlaCDmHWx6HTWl9PlcRPknRSB3GWUenVd0065gvyjgfwzgse2UYZmqDk-zGTCxQd/s1600-h/vinheta.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5122851003799267074" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1E_BhUOopuveYQbm8nlAiCq_NqhMq8pTOIcaBA67e442hDipMcgfNX6ubg1y-kiPkFLg0FlaCDmHWx6HTWl9PlcRPknRSB3GWUenVd0065gvyjgfwzgse2UYZmqDk-zGTCxQd/s320/vinheta.jpg" border="0" /></a>Este ano, pela primeira vez em não sei quanto tempo, não acompanharei a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Embora seja por um bom motivo (estou fazendo a direção de produção do novo documentário de Evaldo Mocarzel - <em>À Margem do Lixo</em>), isso me deixou bastante chateado e apreensivo pelo número de filmes que não conseguirei ver no período e que, pelas atuais características do mercado exibidor brasileiro, talvez nunca mais venha a ver. Apesar disso, já vi e escrevi sobre alguns dos filmes que passarão por aqui ao longo dos próximos 14 dias e, para não deixar o leitor na mão, listo abaixo os </span><span style="font-family:verdana;">filmes, com as respectivas cotações e link para minhas críticas (quando disponíveis):</span> </p><ul><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/berlim7.htm" target="_blank"><em>A Casa de Alice</em></a>, de Chico Teixeira - 4</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Across the Universe</em>, de Julie Taymor - 2</span></div></li><li><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;"><em>Brigada Pára-Quedista</em>, de Evaldo Mocarzel - 2</span></div></li><li><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/berlim7.htm" target="_blank"><em>Deserto Feliz</em></a>, de Paulo Caldas - 2</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Dong</em>, de Jia Zhang-ke - 3</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Em Busca da Vida</em>, de Jia Zhang-ke - 4</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Em Paris</em>, de Christophe Honoré - 4</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Império dos Sonhos</em>, de David Lynch - 4</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Jardim Ângela</em>, de Evaldo Mocarzel - 2</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Memória Para Uso Diário</em>, de Beth Formaggini - 2</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>O Mundo</em>, de Jia Zhang-ke - 4</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Perdidos em Pequim</em>, de Li Yu - 4</span></li></ul><p><span style="font-family:Verdana;">Boa Mostra a todos!</span></p>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-50916620404413978242007-10-12T14:15:00.000-03:002007-10-12T14:23:36.247-03:00Piaf - Um Hino ao Amor<div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">La Môme, de Olivier Dahan, França/Inglaterra/República Checa, 2007 - Berlinale</span></em><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-R7DAYNNCGMY672Lsdeksg3TcJ-vBdOGKGHpwtncAbQMpb4L-c9mWCPfoKiv-7XsY4xm8WIaHKJAxk222bA-98jWefBeZxV1Xv9RlcVsxje-vQ49FL_rp0OISkGMuH9LVVmzp/s1600-h/piaf.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5120500784809993954" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-R7DAYNNCGMY672Lsdeksg3TcJ-vBdOGKGHpwtncAbQMpb4L-c9mWCPfoKiv-7XsY4xm8WIaHKJAxk222bA-98jWefBeZxV1Xv9RlcVsxje-vQ49FL_rp0OISkGMuH9LVVmzp/s320/piaf.jpg" border="0" /></a><em>Piaf – Um Hino ao Amor</em> não foge muito da estrutura da maior parte dos filmes biográficos que tem inundado as salas de cinema nos últimos anos: uma espécie de <em>best of</em> da vida de Edith Piaf, indo de sua criação num prostíbulo quando criança, passando por sua descoberta nos cabarés parisienses, até chegar à fama internacional e à saúde debilitada que põe fim à sua carreira e à sua vida. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É sobre as características que enquadram o filme nessa onda de biografias musicais que se impõe no cinema contemporâneo e sobre como, em determinado aspectos, ele se destaca nesse cenário que trato no texto recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Leia a crítica do filme em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/piaf.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/piaf.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-54617876276095085452007-09-21T10:57:00.000-03:002007-09-21T11:35:09.204-03:00Festival do Rio 2007<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVhn0EqgSjV0upM8N2KVmqRQ7cUy4RwAmNwkB9oglyDe-faHmvsgd7jn9jlIc18GvjkwPST3PJ0p4IdDBcivuODYJHSI3SXBOEBtJdaeEiDzI753VyNHB6QlvrJxfOesPtl6j_/s1600-h/festrio2007cz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5112659487730805762" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVhn0EqgSjV0upM8N2KVmqRQ7cUy4RwAmNwkB9oglyDe-faHmvsgd7jn9jlIc18GvjkwPST3PJ0p4IdDBcivuODYJHSI3SXBOEBtJdaeEiDzI753VyNHB6QlvrJxfOesPtl6j_/s320/festrio2007cz.jpg" border="0" /></a><span style="font-family:verdana;">Embora eu não vá ao Rio acompanhar o Festival este ano, já vi e escrevi sobre alguns dos filmes que passarão por lá ao longo dos próximos 15 dias. </span><span style="font-family:verdana;">Abaixo a listagem dos filmes, com as respectivas cotações e link para as críticas:</span><br /><br /></div><ul><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Brigada Pára-Quedista</em>, de Evaldo Mocarzel - 2</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/berlim7.htm" target="_blank"><em>Casa de Alice</em></a>, de Chico Teixeira - 4</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/berlim3.htm" target="_blank"><em>O Casamento de Tuya</em></a>, de Wang Qu'anan - 2</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/berlim7.htm" target="_blank"><em>Deserto Feliz</em></a>, de Paulo Caldas - 2</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/berlim4.htm" target="_blank"><em>Em Minha Memória</em></a>, de Saverio Costanzo - 4</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/berlim1.htm" target="_blank"><em>Piaf - Um Hino ao Amor</em></a>, de Olivier Dahan - 3</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Sempre Bela</em>, de Manoel de Oliveira - 4</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/shortbus.htm" target="_blank"><em>Shortbus</em></a>, de John Cameron Mitchell - 2</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>Síndromes e um Século</em>, de Apichatpong Weerasethakul - 4</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><em>O Sol</em>, de Aleksandr Sokúrov - 2</span></li><li><span style="font-family:Verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/berlim6.htm" target="_blank"><em>Yella</em></a>, de Christian Petzold - 3</span></li></ul><p><span style="font-family:Verdana;">Boa Festival a todos!</span></p>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-53956017645253217182007-08-31T08:20:00.000-03:002007-09-10T08:57:07.554-03:00Possuídos<div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">Bug, de William Friedkin, EUA, 2006 - Cabine</span></em><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVlBwVQyvZGFkgXG2VRlHAAlEP7APAThbMxYcVdRaq0IvdO5qEgAHQNg3glQahqxICXM_UFhTPGYI3ctm6cnQLK4ZNa1mRO3QN5HEZeegyEijPszqNZQwa-4404OqsYU5K6WGd/s1600-h/Transylvania+2.jpg"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6XqQh4OIBpDCbhLQw2Qhdl3O7_IWcjQEBgG3YwCh5e3BoWMPWufHYRIFB4HpFTvvpiRG31_dHFjRC54fqvAakpaeRABaKjtTZ-R13ouBPUHAtVKDC55H38l3iH4N9uYGp0MxW/s1600-h/Bug.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5104823607813697906" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6XqQh4OIBpDCbhLQw2Qhdl3O7_IWcjQEBgG3YwCh5e3BoWMPWufHYRIFB4HpFTvvpiRG31_dHFjRC54fqvAakpaeRABaKjtTZ-R13ouBPUHAtVKDC55H38l3iH4N9uYGp0MxW/s320/Bug.jpg" border="0" /></a>Como tantos filmes pós-11 de setembro, <em>Possuídos</em> será visto por muitos como um estudo sobre a paranóia atual da sociedade norte-americana. O filme pode até servir a isso, mas é também muito mais. A potência inegável da obra de Friedkin se deve menos a seu suposto retrato preciso do <em>zeitgeist</em> contemporâneo do que à maneira como trabalha questões atemporais como a dor da perda, o medo da solidão e a necessidade de se encontrar uma lógica (ainda que perversa e distorcida) para se explicar o mundo aparentemente desconexo em que vivemos. Isso, e a maestria com que o diretor constrói seu <em>tour de force</em> cinematográfico. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É sobre as características que fazem de <em>Possuídos</em> um dos melhores filmes do ano de que trato no texto recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Leia a crítica do filme em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/bug.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/bug.htm</a></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Atualização de 10/Setembro: <a href="http://www.revistacinetica.com.br/blocodenotas.htm" target="_blank">Nota</a> sobre o lançamento do filme no circuito comercial em São Paulo.</span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-6604977231085630962007-08-20T16:15:00.000-03:002007-08-20T16:51:52.737-03:00O cinema popular brasileiro do século 21<div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-KYZrq_j9Lw6dLTygUpYaqCBupFaIdmVs5OoVS2tO4IkrS9Tb0ah1KVwB2XcM0E-C02iKY2C7_ONnErgBKO8q_vAWuLnTI7oK1EqKFKhYthhcm8ViRbhAW9YaMESOf5Ahm0l/s1600-h/Conceição.jpg"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMVgrPdhmcp3LaVgLIMNvwbHwaGJ86JZXALMMgBXov6f3yPwCICSbEoHPSu63It4XmZg9lgxPBlRrl7uAZ-fJbQ6X1n0SkM3OiXLfuJTv_jr7Z5AmhM0rtVYvVuDs1QJtNkZdW/s1600-h/lisbela-e-prisioneiro.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5100866933616767330" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMVgrPdhmcp3LaVgLIMNvwbHwaGJ86JZXALMMgBXov6f3yPwCICSbEoHPSu63It4XmZg9lgxPBlRrl7uAZ-fJbQ6X1n0SkM3OiXLfuJTv_jr7Z5AmhM0rtVYvVuDs1QJtNkZdW/s320/lisbela-e-prisioneiro.jpg" border="0" /></a>O que seria um cinema popular brasileiro dos anos 2000? O que atrai hoje o grande público a um filme nacional? Raramente analisados em conjunto, os filmes populares podem trazer muitas informações e revelações sobre um determinado estado das coisas do cinema brasileiro contemporâneo – e, principalmente, sobre seu público médio.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Normalmente, denomina-se cinema popular aquele que atinge grandes números nas bilheterias do circuito comercial. Tal definição, entretanto, pode trazer – como tem trazido – uma série de interpretações errôneas, quando não nocivas, sobre o que é (ou deveria ser) o cinema brasileiro que encontra eco junto ao grande público. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Buscando definir quais as características comuns aos filmes brasileiros de maior bilheteria dos anos 2000, como eles dialogam com os sucessos das últimas quatro décadas e de que maneira as condições de mercado e as ações do poder público influenciam em sua receptividade junto ao grande público, desenvolvi o <a href="http://enquadramento.blogspot.com/2007/07/curso-no-cinesesc.html">curso</a> ministrado no CineSesc em julho último. Agora, acabo de publicar um artigo na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a> onde aprofundo as questões tratadas naquele curso.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Leia o artigo em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Parte 1 - Uma realidade encenada e as franquias nacionais </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/cinemapopular1.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/cinemapopular1.htm</a></span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Parte 2 - A Globo, as <em>majors</em>... e o sexo sumiu! </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/cinemapopular2.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/cinemapopular2.htm</a></span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-14291089.post-6188536381005983512007-08-03T10:19:00.000-03:002007-08-08T11:49:14.306-03:00Conceição - Autor Bom é Autor Morto<div align="justify"><em><span style="font-size:78%;">Conceição - Autor Bom é Autor Morto, de André Sampaio, Cynthia Sims, Daniel Caetano, Guilherme Sarmiento e Samantha Ribeiro, Brasil, 2007 - CineSesc</span></em><br /><br /><span style="font-family:verdana;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-KYZrq_j9Lw6dLTygUpYaqCBupFaIdmVs5OoVS2tO4IkrS9Tb0ah1KVwB2XcM0E-C02iKY2C7_ONnErgBKO8q_vAWuLnTI7oK1EqKFKhYthhcm8ViRbhAW9YaMESOf5Ahm0l/s1600-h/Conceição.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5094463857978065602" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 296px; CURSOR: hand; HEIGHT: 192px" height="206" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk-KYZrq_j9Lw6dLTygUpYaqCBupFaIdmVs5OoVS2tO4IkrS9Tb0ah1KVwB2XcM0E-C02iKY2C7_ONnErgBKO8q_vAWuLnTI7oK1EqKFKhYthhcm8ViRbhAW9YaMESOf5Ahm0l/s320/Concei%C3%A7%C3%A3o.jpg" width="310" border="0" /></a>Como pôde ser observado por quem acompanhou as exibições de <em>Conceição – Autor Bom é Autor Morto</em> na Mostra de Tiradentes e no CineEsquemaNovo (de onde saiu com o prêmio de público), trata-se de um filme com grande potencial de diálogo com o espectador – mas certamente não aquele que hoje freqüenta as salas do “circuito de arte”. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Historicamente, muitos dos traços trabalhados por seus diretores (o humor debochado, a transgressão, o <em>gore-trash</em>, o apelo sexual) eram características comuns aos filmes efetivamente “populares” (aqui entendido como aqueles que atraiam uma parcela não-elitizada da população) dos anos 70 e início dos 80, levando grande público para as salas de cinema de rua. </span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">No entanto, o filme estreou esta semana em São Paulo e Rio de Janeiro dividindo horário em apenas uma sala do Unibanco Arteplex de cada cidade. Para completar, em São Paulo o <em>Estadão</em> ignorou solenemente a estréia, enquanto, no Rio, <em>O Globo</em> desancou o filme como uma “piadinha de cineasta” e tacou o bonequinho dormindo. Pronto, está montado o cenário para o enterro precoce de mais um filme brasileiro: 164 espectadores no final de semana de estréia, segundo o Filme B.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">É sobre as características que tornam <em>Conceição</em> uma exceção no cenário cinematográfico brasileiro contemporâneo e sobre a incapacidade do mercado exibidor absorver esse tipo de transgressão de que trato no texto recém-publicado na <a href="http://www.revistacinetica.com.br/" target="_blank">Cinética</a>.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;">Leia a análise em:</span></div><div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><a href="http://www.revistacinetica.com.br/blocodenotas.htm" target="_blank">http://www.revistacinetica.com.br/blocodenotas.htm</a></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Verdana;">Atualização de 08/Agosto: <a href="http://www.revistacinetica.com.br/cartaconceicao.htm" target="_blank">Repercussão</a> - debate com um dos diretores do filme, Daniel Caetano, a respeito de meu texto original.</span></div>Leonardo Mecchihttp://www.blogger.com/profile/09341404674142166196noreply@blogger.com1