26.4.07

Vermelho Como o Céu

Rosso Come il Cielo, de Cristiano Bortone, Itália, 2006 - Cabine

Assim como Shyamalan em A Dama na Água, Cristiano Bortone faz com Vermelho Como o Céu sua profissão de fé no poder transformador da ficção, da fantasia e da imaginação. Estamos, entretanto, num terreno bastante distante do de Shyamalan, que assumiu e explicitou na própria estrutura de seu filme o processo de construção da narrativa. Bortone não busca confrontar o público, mas arrebatá-lo, e para isso trabalha seu filme numa chave clássica: a do melodrama baseado em fatos reais.
Se na maior parte do tempo Bortone conseguiu escapar das armadilhas inerentes ao melodrama (como um certo sentimentalismo exacerbado típico desse tipo de enredo), Vermelho Como o Céu acaba por pecar em sua outra faceta: a do filme baseado em fatos reais.
É sobre essa preocupação excessiva em retratar essa "realidade" na qual se baseia - o que acaba por prejudicar o filme que, ainda assim, consegue atingir um belo e raro resultado em terreno tão pantanosoa - de que trato no texto recém-publicado na Cinética.
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