25.7.06

Cinema brasileiro para quem? - Parte 2

Além da grande concentração de documentários entre os filmes nacionais lançados nesta primeira metade de 2006 (assunto tratado na primeira parte deste artigo), outro fator que chama a atenção no ranking de público deste ano é o aumento considerável do total de estréias brasileiras: comparando-se os números deste primeiro semestre de 2006 com o mesmo período do ano anterior, temos um crescimento de nada menos que 72% na quantidade de lançamentos nacionais.
Só que o aumento no número de filmes brasileiros disponíveis claramente não levou a um crescimento relevante de seu público. Ao contrário: num país marcado pela enorme elitização do acesso ao cinema (uma sala de cinema para cada 91 mil habitantes; menos de 5% dos municípios brasileiros com salas de cinema; relação do preço médio do ingresso com o salário mínimo, etc), esses filmes passaram a disputar entre si um determinado público já existente, repetindo dessa forma o que já acontecia entre eles na busca autofágica pelos recursos públicos para a produção.
É sobre essa situação alarmante para o cinema nacional - 83% dos filmes lançados neste primeiro semestre tiveram um público inferior a 50 mil espectadores - de que trato no artigo recém-publicado na Cinética, escrito em conjunto com o crítico e cineasta Eduardo Valente.
Leia a segunda parte do artigo Cinema brasileiro para quem?, intitulado "Leis da selva", em: