23.11.06

Os "fenômenos" de bilheteria

Nas duas últimas semanas, tivemos nada menos do que oito estréias de filmes brasileiros em salas de cinema, o que trouxe de volta distorções muito semelhantes às que analisei na já famosa série “Cinema brasileiro para quem?”.
Canta Maria, por exemplo, foi lançado com 35 cópias e fez apenas 2500 espectadores em seu fim de semana de estréia; enquanto Vestido de Noiva estreou com 23 cópias e atraiu apenas 1600 pessoas – ambos obtiveram, assim, uma média de 70 espectadores por cópia (apenas como referência, a média de público no fim de semana de estréia dos filmes brasileiros em 2005 foi de 390 espectadores/cópia).
É sobre uma das principais causas desse tipo de distorção de que trato no artigo recém-publicado na Cinética.
Leia a análise em:

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O problema do cinema nacional é muita quantidade (porém a qualidade nem sempre acompanha o trajeto). Infelizmente, ainda se investe em muita porcaria aqui no Brasil. O que é uma lástima, pois temos de ver filmaços como Zuzu Angel, Baixio das Bestas, Batismo de Sangue, entre outros, disputando espaço com pérolas como Muito gelo e dois dedos d'água e Fica comigo esta noite. Abraços do crítico da caverna.

30/11/06 10:17  
Blogger Leonardo Mecchi said...

Roberto,

Permita-me discordar: não creio que o problema seja a quantidade de filmes nacionais (embora na questão da qualidade concorde contigo).

A Argentina, por exemplo, que é um país muito menor do que o nosso, produz muito mais filmes que nós. É fundamental que o país tenha uma grande produção, para atender a enorme população e permitir a diversidade.

O verdadeiro problema é o pouco espaço que é dado ao cinema brasileiro no circuito exibidor (e em outros suportes como a TV, por exemplo). São poucas as salas que exibem filmes brasileiros e, com o aumento da oferta, esses filmes acabam competindo entre si. Assim, quando temos 8 filmes brasileiros estreando em apenas 2 semanas, o circuito de salas comerciais não é capaz de absorver essa produção.

Voltando ao exemplo da Argentina, o INCAA (equivalente deles para a Ancine) criou uma rede de dezenas de salas de cinema espalhadas pelo país cuja programação é voltada exclusivamente ao cinema argentino. O que precisamos é justamente criar esse circuito alternativo de salas para o cinema brasileiro, de modo que os filmes possam ter a visibilidade que merecem e consigam atingir o público que há, sim, para o cinema nacional.

30/11/06 10:38  

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