
Neste filme de Ning Hao, acompanhamos a vida de uma outra família nômade mongol quando algo extraordinário os tira de seu cotidiano: a descoberta pelo filho caçula de uma bola de pingue-pongue. Como nem ele nem seus amigos jamais haviam visto uma dessas bolinhas, esse pequeno evento serve de partida para um grande despertar dessas crianças, que passam a buscar várias interpretações possíveis para aquilo que encontraram – a começar pela declaração da avó, que diz tratar-se de uma grande pérola enviada pelos espíritos do rio.
O filme parte dessa pequena brincadeira entre as crianças e do aparente isolamento e inocência dessas famílias para fazer um contraponto entre o que é exótico e o que é cotidiano nestes tempos de globalização. Tal análise, entretanto, é sempre acompanhada de uma sutil ironia (como na cena inicial onde os protagonistas posam para uma foto, em pleno deserto, diante de um cenário da praça da Paz Celestial e posteriormente, nessa mesma praça, uma outra família posa diante do cenário de um deserto), como a negar uma apologia a esse suposto primitivismo e pureza.
Como já nos mostrava Camelos Também Choram, a beleza desses povos não reside em seu isolamento da “civilização”, mas sim em seu olhar diferenciado diante do mundo que os cerca. Ning Hao nos traz esse ensinamento com um filme singelo e humano, assim como o povo que pretende retratar.
Se dá pra comparar ao belo, humano e poético 'Camelos tb choram', certeza q é um grande filme!
ResponderExcluirValeu pela dica!
Sim, seu texto sobre 'Camelos' tá mto, mto bacana!
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Cipy,
ResponderExcluirSe você gosta de "Camelos Também Choram", certamente gostará de "Mongolian Ping Pong". Depois me diga o que achou do filme.
Valeu pelo elogio! Abraços!
Leonardo,
ResponderExcluirSó hj´Mongolian Ping Pong´ entrou em cartaz aqui em Salvador, na sessão cult do Cinemark. Vi o filme e saí maravilhada! A relação com ´Camelos ...` é inevitável. Lindo filme! Uma fábula fabulosa!
Beijos,
Cipy
Nossa, às vezes me esqueço da loucura que é o circuito exibidor brasileito, que faz com que um filme que já estreou há mais de um ano aqui em Sâo Paulo só entre em cartaz agora em Salvador.
ResponderExcluirAchei que você iria gostar mesmo do filme, Cipy. Muito bacana...