4.2.07

57o Festival Internacional de Cinema de Berlim

Para aqueles que ainda não sabem, estou arrumando as malas e partindo ainda hoje para a Alemanha, para participar de um dos maiores eventos cinematográficos do mundo: o Festival Internacional de Cinema de Berlim - ou, para os íntimos, a Berlinale. Fui selecionado para o programa Berlinale Talent Campus, que anualmente convoca jovens do mundo todo, atuantes nas mais diversas áreas do cinema - críticos, produtores, diretores, fotógrafos, roteiristas, atores, editores, entre outros -, para acompanhar o Festival de Berlim e participar de uma série de cursos, palestras e workshops. Desnecessário dizer que trata-se de uma oportunidade única.
Durante minha estada na capital germânica, publicarei textos diários em inglês (críticas, entrevistas, artigos) na revista oficial do evento, no site do Instituto Goethe e na página da Federação Internacional de Críticos de Cinema. Além disso, sempre que possível, escreverei outros textos para os leitores aqui no Brasil. Sempre que houver algo novo, não importa aonde seja publicado, você ficará sabendo aqui no Enquadramento. Portanto, durante os próximos 15 dias, voltem sempre para ver se há novidades.
Que venham os filmes!
Artigos, críticas e entrevistas:

Cotações:

2.2.07

Dias de Glória

Indigènes, de Rachid Bouchareb, França/Argélia/Marrocos/Bélgica, 2006 - Mostra SP

Em Dias de Glória, o diretor Rachid Bouchareb resgata a memória da participação das colônias africanas na libertação da França durante a 2ª Guerra Mundial, ancorando-se para isso num registro realista - como deixam claro as impressionantes cenas de batalha e os registros documentais dos créditos iniciais. Ao mesmo tempo, busca realizar uma denúncia do descaso que a França destinou aos seus “heróis” - denúncia essa explicitada nos créditos finais do filme. O curioso é que, ao desenvolver sua narrativa, o diretor francês opta (de maneira aparentemente inconsciente) por construir um retrato deveras conivente da postura francesa perante os soldados africanos e, eventualmente, acaba por reproduzir uma atitude submissa destes.
É sobre essas contradições e atos falhos que acabam por enfraquecer uma obra interessante e bem encenada de que trato no texto recém-publicado na Cinética.
Leia a crítica do filme em:

1.2.07

O crítico que virou vidraça

A crítica é uma atividade solitária por natureza. São horas e horas passadas na sala escura do cinema ou em frente à tela reluzente do computador. Atividade não-remunerada, feita pela paixão ao cinema e pela perspectiva de poder, de alguma forma, contribuir para seu desenvolvimento.
Nesse cenário, o retorno do leitor é o único e maior reconhecimento que podemos ter, mesmo que esse retorno se dê em discordância com o que se expôs originalmente. Um texto crítico não deve jamais ser a palavra final sobre algo, mas um chamado para a reflexão, para um debate e uma troca de idéias que enriqueça todos os envolvidos – o crítico, o leitor e o próprio cinema. É uma pena que, na maioria das vezes, esse debate só se dê quando uma das partes se sente lesada.
Nas últimas semanas dois textos meus causaram repercussão e reações junto às pessoas envolvidas e servem muito bem para ilustrar as diferenças entre uma aproximação que busca um diálogo, uma discussão sobre a obra originalmente analisada e sobre o texto que a analisa, e outro que busca somente desautorizar o que foi escrito, com insinuações e alfinetadas.
No primeiro caso, temos a reação de André Francioli, diretor do curta-metragem Aranhas Tropicais, à minha crítica sobre seu filme, realizada durante o Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira, em Portugal. No segundo, as respostas da equipe de produção da mostra Luz em Movimento – A Fotografia no Cinema Brasileiro a uma nota que publiquei sobre o evento.
Para quem se interessar pela questão, os textos originais, as respostas dos envolvidos e as discussões que se seguiram encontram-se abaixo. Ao leitor o julgamento.
Sobre o curta-metragem Aranhas Tropicais, de André Francioli:

Sobre a mostra Luz em Movimento - A Fotografia no Cinema Brasileiro: